RESENHA: Paisagens Noturnas (por Daniel Gárgula)

Um presente carinhoso Ganhei a obra Paisagens Noturnas da própria autora Vera Carvalho Assumpção. Ela me enviou seu livro com muito carinho, há algum tempo, mesmo sabendo que eu poderia demorar a ler. Sou um leitor de horror, mas tenho uma grande paixão pela literatura policial. Certamente o livro acabou tendo de aguardar um pouco, mas a espera chegou ao fim.  A obra é uma publicação do Grupo Editorial Caravana e foi lançado em 2020. A história nos apresenta o personagem Alyrio Cobra, um detetive particular que vai retornar em outros livros da autora.  Um caso estranho O detetive Cobra é contratado pelo irmão de uma professora assassinada por dois menores traficantes. Descontente com a investigação policial, seu contratante espera que o detetive encontre respostas mais decentes sobre os motivos do assassinato da moça.  Deste momento em diante Alyrio tenta a todo custo trazer luz aos fatos. Logo ele percebe que realmente existe algo muito estranho. Suas investigações acabam por mexer num enorme vespeiro de intrigas e interesses. Quando ele menos espera já está numa trilha que envolve drogas, pessoas da alta sociedade e a história Noite na taverna, de Álvares de Azevedo.  Inegavelmente Vera cria uma história muito interessante. O passado dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, se liga aos sinistros acontecimentos do presente, criando por isso um enredo muito legal.  Considerações finais Em resumo, nada como encontrar na nossa literatura um personagem detetivesco como Alyrio Cobra. Certamente ele não é um detetive genial como Poirot ou Holmes, mas um homem comum. Seus problemas são reais e usa como pode suas habilidades, da melhor forma que encontra.  Exatamente por ser uma pessoa real, acabamos percebendo como age e pensa, Ademais, ele acaba se tornando um velho colega com excelentes histórias. Um livro que vale a leitura.  Por isso, que venham mais casos para o detetive da Agência Cobra.  fonte: https://cantodogargula.com.br/2021/06/10/paisagens-noturnas-de-vera-carvalho-assumpcao/#comment-1143

Paisagens Noturnas em Portugal

Pré venda pela editora Estremoz em Portugal. Alyrio Cobra é contratado por um rico executivo, cuja irmã foi assassinada próximo da escola onde lecionava.  Os supostos assassinos são dois alunos da escola, que confessam o crime. O corpo já foi enterrado. Existem assassinos confessos e um bom motivo: a professora perseguia-os e impedia a sua atividade na venda de drogas nas salas de aula. No entanto, o irmão da vítima, um poderoso empresário, não acredita na versão da polícia e contratou Alyrio Cobra para desvendar o mistério. O livro é a história da professora assassinada e é também a história de uma série de quadros que retratam paisagens escurecidas pela noite e assombradas pela lua. O que uma coisa tem a ver com a outra é a ponta do fio de uma meada que o detetive Alyrio Cobra tenta decifrar. Até chegar à outra ponta, ele vai ter de enveredar por um mundo em que nada (nem ninguém) é exatamente o que parece ser e vai ter de correr contra o tempo para impedir que a mola propulsora que desencadeia os assassinatos seja estancada. No meio disso tudo vai encontrar fatos que remetem aos nevoeiros descritos pelos poetas românticos europeus do século dezanove, reproduzidos pelos estudantes da então recém-fundada escola de direito de São Paulo e retratados nos dias de hoje por uma pintora de nome Domitila.

Alyrio Cobra Em Serpente Tatuada (eBook) em Portugal

Lançando em Portugal o eBook Serpente tatuada, onde Vera Carvalho Assumpção, explora com perícia uma das características da narrativa policial contemporânea, o espaço urbano e suas contradições sociais, econômicas e culturais. Ao fazer de São Paulo o cenário onde o detetive Alyrio Cobra investiga crimes e mistérios, desde as suas primeiras aventuras, a escritora conduz o leitor por uma cidade que se revela como um intrincado labirinto, inúmeras vezes mortal, multifacetado e atravessado por delitos e transgressões. Suas ruas, esquinas, praças e edifícios constituem espaços de um mapa literário, sempre em diálogo com a poesia, a pintura, o cinema, a música e a culinária.Em Serpente Tatuada, Alyrio Cobra é contratado para desvendar o assassinato de Grace, menina de programa que se coloca ao lado de Hugo, rapaz de família rica, mas dependente químico e facilmente manipulável. Neste contexto, personagens de uma sociedade podre vão se revelando. São muitas as peripécias e outras mortes inevitáveis. Conseguirá Alyrio encontrar o verdadeiro assassino entre tantas pessoas que tinham motivos para matar Grace?

REVISADO E REPAGINADO

Desde sua fundação a cidade de São Paulo é intrigante. De um simples pouso de tropas no século XVIII, tornou-se a maior cidade da América Latina. Em sua bandeira está a frase: “Non ducor, duco”, que significa: “Não sou conduzido, conduzo.” São Paulo não só conduz o progresso como é a cidade que não pode parar. Alguns dizem que ela é o motor do Brasil. Outros a chamam de Paulicéia Desvairada. Caetano cantou a deselegância discreta de suas meninas. Adoniran Barbosa, , compondo o samba paulista, cantou o Trem das Onze, Saudosa Maloca e tantos outros. São Paulo é a cidade multicultural do Brasil. As pessoas têm o sonho de conhecer São Paulo pelos seus shoppings, suas lojas, seus teatros, cinemas, suas atrações culturais, suas empresas gerando muita grana e seus restaurantes! São Paulo é uma cidade Gourmet! Nela há restaurantes de todas as nacionalidades, de todas as categorias, de todos os preços. Em meio a tudo isto, São Paulo é uma cidade com um trânsito infernal e um alto índice de criminalidade. Nela vive Alyrio Cobra, detetive quarentão que adora a cidade de São Paulo e tem como característica principal ser impessoal como a cidade. Bebe de tudo, come de tudo. Não é um modelo de herói. É um cara que sobreviveu a decepções. Ao se divorciar, teve de deixar a profissão de advogado e as circunstâncias o levaram às investigações. Diante de antagonistas poderosos, Alyrio jamais fracassa, chegando sempre ao culpado. O que considero o final feliz das histórias policiais que tanto atraem público. Por ser um apaixonado pela cidade de São Paulo, quando está envolvido em casos complicados, gosta de caminhar pelo centro velho e, quando as pistas se embaralham em sua cabeça, ele sobe ao terraço do edifício Banespa. Olhando lá de cima o caos e a imensidão da metrópole, organiza melhor os pensamentos e foca em pistas mais acertadas. Ele vive no último sobrado que ainda não virou comércio ou empreendimento imobiliário na rua Frei Caneca, região da Paulista, e tem o escritório da Rua 7 de Abril, centro velho da cidade. Seu vizinho de escritório é George, um gourmet que, aproveitando um dos pontos altos da cidade de São Paulo que é a gastronomia, o introduz nas boas refeições. Tem também um auxiliar motoboy, personagem da cidade. São Paulo tem a maior frota de motoboys do continente e Jéferson representa bem a classe. PAISAGENS NOTURNAS foi publicado pela primeira vez em 2003. Desde então passou por algumas editoras e agora sai repaginado e muito bem revisado pela Estremoz Editora. Em PAISAGENS NOTURNAS, Alyrio Cobra é contratado por um rico executivo, cuja irmã foi assassinada próximo à escola da periferia em que lecionava.  Os assassinos, dois alunos da escola, confessam o crime. O corpo já foi enterrado. Existem assassinos confessos e um bom motivo – a professora os perseguia e impedia a atividade de venda de drogas nas salas de aula. O livro é a história dessa professora assassinada e é também a história de uma série de quadros que retratam paisagens escurecidas pela noite e assombradas pela lua. O que uma coisa tem a ver com a outra é a ponta do fio de uma meada que o detetive Alyrio Cobra tenta decifrar. Até chegar à outra ponta, ele vai ter de enveredar por um mundo em que nada (nem ninguém) é exatamente o que parece ser e vai ter de correr contra o tempo para impedir que a mola propulsora que desencadeia os assassinatos seja estancada. No meio disso tudo vai encontrar fatos que remetem aos nevoeiros descritos pelos poetas românticos europeus do século dezenove, reproduzidos pelos estudantes da então recém fundada escola de direito de São Paulo e retratados nos dias de hoje por uma pintora de nome Domitila. Muito bem revisado e repaginado, PAISAGENS NOTURNAS está em pré venda na Estremoz Editora. Reserve seu exemplar. Você vai conhecer um detetive genuinamente paulistano que muitas vezes faz da cidade um personagem interessantíssimo. https://www.estremozeditora.com/fp-paisagens-nocturnas-br 

MEDIANDO A MESA

Na próxima sexta feira 13, terá início um evento cultural importante e inédito no Brasil. É o Porto Alegre Noir. Por todo o mundo há diversos festivais dedicados à literatura policial. Eu já participei da BAN, Buenos Aires Negra, um dos mais importantes festivais sobre literatura policial de língua espanhola. No Brasil, é a primeira vez que alguém tem esta iniciativa. Este alguém é o escritor, tradutor e editor César Alcázar. Ele teve a ideia, colocou em prática e foi recebendo adesões. O evento reunirá escritores, professores, jornalistas, cineastas e amantes do tema. Antes mesmo de começar, já se pode afirmar que será um sucesso. No domingo, dia 15, vou mediar a mesa “Detetives da Ficção, Ontem e Hoje”. Gosto muito do histórico da literatura policial. Por ser uma literatura de gênero, é comumente classificada como literatura menor, literatura de entretenimento. Acredito que existe literatura boa, ruim, mediana em todos os gêneros, inclusive na “alta literatura”. E podemos afirmar que ao longo das publicações, a literatura policial foi perdendo a pecha de ser só entretenimento. Seu histórico está aí para provar. Se pensarmos em crimes na literatura, a Bíblia nos mostra que a vida na terra, fora do Paraíso, começa com Caim matando Abel. No caso, não foi necessário o detetive. Deus tudo via, não precisou de nenhum truque de detetive para apontar o assassino. Desde o registro deste primeiro crime, foram necessários muitos séculos de História e Civilização para se criar O DETETIVE. O primeiro homem genial, capaz de detectar as marcas deixadas por um criminoso foi o detetive Auguste Dupin, criação de Edgar Allan Poe. Na árvore genealógica da literatura policial, Allan Poe é o tronco principal. Quando publicou “Os Crimes da Rua Morgue”, e em seguida “O Mistério de Marie Roger” e “A Carta Roubada”, teve início uma das mais fantásticas fórmulas literárias de todos os tempos (crime, investigação e solução), que vem se repetindo até nossos dias com estrondoso sucesso. Como parte da fórmula, foi engendrado O DETETIVE, uma máquina de pensar, que a partir de vestígios, pistas e indícios, consegue, através da dedução lógica rigorosa, reconstruir toda a história da criatura que praticou o crime. Para engendrar essa figura, Allan Poe teve de incorporar muito bem o espírito da época em que viveu. Em meados do século XVIII, quando o detetive Auguste Dupin estava sendo elaborado, a revolução industrial, com seus motores movidos a vapor e suas locomotivas, trazia mudanças bastante significativas ao mundo civilizado. Uma delas foi o surgimento das grandes cidades. Com a consequente concentração de população, apareceu a ideia de anonimato, situação propícia ao crime. O criminoso, que já não era um elemento conhecido em sua comunidade, mas um anônimo, acreditava poder cometer o delito e facilmente se perder na multidão. Por outro lado, o aparecimento desse homem que praticava delitos, fez com que a polícia começasse a se organizar de forma sistemática. O romance policial com seu detetive precisou de mais alguns truques. Quando Poe engendrou “Os Crimes da Rua Morgue”, era a época do positivismo, corrente filosófica criada por Augusto Comte que  considerava como único conhecimento legítimo o que se encontrava nas ciências naturais, baseado na observação, experimentação e utilização de conceitos matemáticos. Era a época em que Charles Darwin, baseado na observação da natureza, estava formulando o seu livro “A Origem das Espécies”. E foi baseado na observação que, aos poucos, percebeu-se que mesmo no anonimato da cidade grande, o criminoso deixava marcas. Ninguém se deslocava sem deixar traços.  Muitos foram os folhetins publicados na imprensa da época que falavam de violência e crimes. No entanto, foi Edgar Allan Poe quem criou um homem genial, capaz de observar cientificamente cada um dos traços deixados pelo criminoso, e que através deles, vai ser capaz de chegar ao assassino. Esse homem genial, segundo Chandler, teve também uma pitada de influência do romance de cavaria do final do período medieval. O romance de cavalaria era feito de um enredo cheio de suspense e violência, e tinha como propósito o modelo cristão em que os cavaleiros do bem, que em geral saíam em busca do santo Graal, após muitas e variadas peripécias, vencessem o mal. Chandler, num ensaio, fala do detetive como um cavaleiro errante pelas ruas de Los Angeles, a cidade grande. Acredito que o romance policial traz também dos romances de cavalaria a sua carga mítica: a grande luta do bem contra o mal que termina por apontar o criminoso, resgatando assim o mundo do caos. Como vimos, foram necessários séculos de História e Civilização e uma conjunção de revolução industrial, literatura gótica, romances de cavalaria, filosofia positivista, para que Allan Poe juntasse tudo isso numa coqueteleira, chacoalhasse bem e produzisse O DETETIVE. Esse homem genial traz a cada um dos leitores o prazer de enveredar num cotidiano repleto de minúcias, onde o raciocínio lógico deságua num final feliz e, diferente do que vemos acontecer na realidade dos dias de hoje, o bem sempre vence o mal, proporcionando aos leitores a mesma satisfação do mundo mágico dos contos de fadas. Quarenta anos após o aparecimento dos contos de Poe, surgiu Sherlock Holmes, que aperfeiçoou a técnica. E até hoje, é o que é. Daí para a frente o romance policial seguiu uma carreira interessantíssima, que é sobre o que vamos falar na nossa mesa no Porto Alegre Noir.   A partir de 1920, na Europa, existiu a era de ouro do romance policial que inclui as damas do crime, a rainha, Agatha Christie, e diversos escritores. Foi um tempo em que o cadáver aparecia num determinado local, de preferência fechado, e o detetive cerebral ia encontrando pistas até descobrir quem matou. Uma verdadeira equação matemática. Do lado de cá do Atlântico, em 29, surgiu o detetive durão, o “hard boiled”, que saiu às ruas, usava automóvel, além do cérebro, usava os punhos. Ao lado dele, já não eram as damas da aristocracia que circulavam, mas a mulher fatal, interesseira. Sam Spade, criação de Dashiell Hammett  e Philip Marlowe criado por Raimond Chandler foram pioneiros

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